I
Dormindo a primeira noite ao frio
Tremendo tanto, ficando esgotado
Perdendo as forças, ficando sem brio
E sentindo mesmo, muito magoado
II
A noite ficava cada vez mais escura
O Sol desaparecera, mas a Lua não vinha
Sem uma esperança, nem uma ternura
Que lhe enchesse a alma, quando caminha
III
A solidão chegava, com muito horror
Vento soprava, aumentando a dor
A noite avançava, como um terror
Tudo gelava, ali ao redor
IV
A madrugada chegava aliviando a dor
O galo cantava, anunciando o calor
Do novo dia com muito amor
E o Sol surgia, com muito valor
V
Mais um dia se passava
Mais outra noite se aproximava
Mais frio à brava
Mais um galo se cantava
VI
Mais uma noite ao relento
Vendo tudo muito lento
Só estrelas no céu correndo
Deixando rastos se desfazendo
VII
Deitado num colchão de papelão
Sem mais nada, nem sequer um pão
Nem agasalho, roto ali no chão
Vivendo toda aquela maldição
VIII
Deixar a casa, deixar a família
Fugir dali, pondo-se a milha
Pobre de espírito, bendito filho
A fugir dos pais, para outro trilho
IX
Vivendo suplícios, vivendo em bandos
Juntamente com outros malandros
Sujos, mal cheirosos, sempre roubando
Ora pedindo, nem sempre encontrando
X
Lembrou-se da primeira noite, fora de casa
No gelado da rua, ao frio que abraça
Num canto deitado, ao vento que passa
Sem nada, com fome, nem uma carcaça
XI
Lembrando da casa, com tudo um pouco
Lembrando dos pais, ficando atormentado
Lembrando os irmão, ao calor do fogo
Volta para casa, correndo como um louco
22.03.04
Danvieira
Sunday, June 10, 2007
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1 comment:
Crianças de rua todas as noites no frio tremendo de tristeza sem forças, com muita revolta tendo a certeza que não tem nada a sua volta assim fica ela que nem uma cadela no cio sol deixou-a noite trouxe escuridão esquecendo da lua ela sonhando com verão Com muito vento Ela apertava o peito Com um horror Cheio de dor O galo cantava anunciando A chegada de um novo dia O sol surgia magoada levantava a cara a observando o dia voltou a nascer a noite vai vir outra vez é tudo uma rotina tens animar carolina dentro do sol, tudo numa correria muita sede, muita fome, pedindo esmola ninguém via não bebe não come não vai para escola
a noite chegava atroz estendendo papelão ouvindo voz deitada na estrada do sertão nem sequer um pão.
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